segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Opinião!

Eu lamento muitíssimo, mas inaugurar restaurante “bom prato” nos mostra que a pobreza no Estado de São Paulo aumenta. Isso corresponde também ao fracasso de todos os governos que tomaram essa iniciativa. As pessoas que engrossam as filas na verdade gostariam de poder almoçar no outro restaurante, ou por que não, ver descontado no seu demonstrativo de vencimentos o correspondente as refeições que foram feitas no próprio ambiente de trabalho. Da mesma forma, entendo que programas como fome zero, bolsa escola, etc. são paliativos e como tal, transitórios, na verdade não conduzirão pessoas carentes à solução dos seus problemas. A solução dos problemas está em gerar empregos, reduzir impostos, descentralizar o desenvolvimento, incrementar política salarial, que dê suporte para uma existência digna, e combater, eficazmente, a desgraça da corrupção. Importante salientar que um chefe de família se orgulha, e muito, quando ao sair para o trabalho, vê o filho também saindo para a escola. Um chefe de família se sente orgulhoso em dar conta do recado, principalmente, quando pode dispensar a esmola, porém na ausência de recursos e diante da fome, às vezes, com humildade se obriga a almoçar no “bom prato”. Nós deveríamos nos concentrar na formalização de idéias e sugeri-las ao governo, pois, não é justo que milhares de famílias passem fome nesse continente chamado Brasil, onde também se considera como sendo um dos maiores produtores de alimentos. E mais, o espelho d’água produzido pelas hidroelétricas poderia proporcionar milhares de empregos e, consequentemente, milhares de toneladas de peixes. Aliás, toda essa água está aí à espera de um governo empreendedor que decida de uma vez por todas investir na qualidade de vida do verdadeiro povo brasileiro. Por falar em empreendedor, porque os grandes empresários não descem do trono e, definitivamente, empreendam no social, porém não com esmolas, mas sim, com trabalho e salários dignos. Cumpre ressaltar que a criação de restaurantes bom prato, notadamente, deveria envergonhar os grandes capitalistas, pois como fica o “status quo” perante a elite internacional. A não ser, talvez, que a elite implique homogeneidade. Certa vez, um grande empresário se candidatou ao governo, na ocasião, minha família votou nele, pois acreditávamos que o sucesso de sua carreira profissional correspondia, exatamente, a garantia de que ele seria um bom PATRÃO. Ele não foi eleito, o tempo passou e agora ele também elogia a criação de restaurantes para os pobres. Não! Por favor, esse caminho não é bom nem para pobres e muito menos para os ricos. O caminho numa sociedade capitalista corresponde a “escada social”, ou seja, precisamos proporcionar força aos que estão abaixo no sentido de que subam os degraus. Isso feito, consequentemente, possibilitará maior consumo e a partir daí as conseqüências seriam positivas para toda a sociedade. Por favor, senhores, os que hoje se obrigam a almoçar por apenas R$ 1 (um) real também sonham com o capital. Infelizmente, no Brasil, o sol não nasce para todos, aliás, nasce, no entanto, os grandes capitalistas estão fazendo sombra a mais ou menos 50 milhões de brasileiros. Vocês sabiam que, provavelmente, esses brasileiros não sabem o que é poder comprar um presente para um filho no dia de natal? Pois é, se eles tivessem emprego e ganhassem um pouco mais, com certeza desfrutariam da mesma alegria, porém, enquanto isso não for possível, vamos almoçando por R$ 1 - mas, o problema é que, enquanto o pai almoça no restaurante “bom prato”, onde estará almoçando o filho? Importante esclarecer: em nenhum momento de minha reflexão ousaria em desmerecer qualquer cidadão que faz uso desse tipo de restaurante, apenas acredito que a necessidade os obriga, e mais, o governo poderia sim, estar inaugurando cooperativas voltadas para a “Agricultura Familiar”, onde os cidadãos teriam condições de produzir o lombo, as ervas, a escarola, a maçã, as frutas, bem como a própria sobremesa. Quem sabe se de repente, num futuro bem próximo a gente não consegue provocar a mudança.

Jorge Gerônimo Hipólito - Colaborador

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